quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cadê?


Sobre a propriedade com que falo da vida, como se fosse minha. Como se já houvessem outras vidas na minha memória, no meu olhar, nos meus comentários. Aos poucos fui deixando o preconceito, aos poucos fui deixando os julgamentos. Quis entender, quis saber, quis estar lá. E, tive de estar lá para compreender, para sentir dor quando julgo instintivamente. Tive que ver que era real, e que era possível. Mas, era só a vida.. e eu não sabia de nada. Todos me procuravam por respostas, o que ninguém sabia, era que eu me procurava também....

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Don't take me home.


Quem sou? - perguntava-se inúmeras vezes. Era difícil se saber, ainda mais nesse mundo a que não pertencia. Era um mundo estranho aonde tudo mudava. Sua roupa encolhia, o sapato apertava, as pessoas se tornavam tediosas, o sol virava nuvem... nuvem preta de chuva. E, ao seu redor ninguém via. Ninguém via nada, nada além do que se quer. A realidade era pura imaginação. Mas cadê a minha? Quero ser Alice! - ela pensava. Mas, continuava a ver o bruto das coisas, a vida sem vida, o tempo, a passagem. E, nada de importante acontecia... Ela precisava de algo que mudasse esse olhar, e, isso era fantasia. Mas, tudo era real demais. Real demais. Real.

terça-feira, 1 de junho de 2010

É sede de se embebedar...


E ela a sorrir. Com a boca, cheia de dentes, sorria. Era a felicidade em forma de carne. Dentes brancos, retos, a mostrar-se, sorrindo. Não ria da vontade que ele transparecia porque essa, ela bem sabia, passa. Mas ria da súbita falta de desejo por ele. Ria por finalmente saber quem ele era, um anjo de asas quebradas, um poço de perdição. Mas agora? Agora tudo o que se ouvia eram as suas gargalhadas. Gargalhava daqueles olhos que a fitavam, da boca que sentia sede dela, daquele que ia morrer querendo mais.*