terça-feira, 1 de junho de 2010

É sede de se embebedar...


E ela a sorrir. Com a boca, cheia de dentes, sorria. Era a felicidade em forma de carne. Dentes brancos, retos, a mostrar-se, sorrindo. Não ria da vontade que ele transparecia porque essa, ela bem sabia, passa. Mas ria da súbita falta de desejo por ele. Ria por finalmente saber quem ele era, um anjo de asas quebradas, um poço de perdição. Mas agora? Agora tudo o que se ouvia eram as suas gargalhadas. Gargalhava daqueles olhos que a fitavam, da boca que sentia sede dela, daquele que ia morrer querendo mais.*

Nenhum comentário:

Postar um comentário