domingo, 22 de agosto de 2010

Amor


Era água a correr. Podia sentir, podia beber, podia até se embriagar. Podia se molhar, se perder, sentir frio, se afogar. Era real, podia ver, tocar e até guardar. Mas, era impossível conter, impossível segurar, impossível fazer seu. Não conseguia mudar o rumo do rio, por mais que tentasse. Era mais fácil mudar seu rumo. As vezes se jogava e deixava-se ir... e ia indo, indo, indo. E, quando fincava os pés na terra - já não sabia aonde estava. Muitas vezes preferia não saber, outras se desesperava, as vezes não achava a terra para fincar o pé... Queria subir, voltar para a margem, voltar para a casa... mas, o rio era forte e a arrastava. E no menor toque das águas, que sempre vinham renovadas, ela se joagava... ela ia indo...indo... indo... como se voasse na água.

domingo, 15 de agosto de 2010

a Vilã


Um pensamento quase sombrio perambulava pela sua cabeça, as vezes tentava escondê-lo, esquecê-lo. Mas, o mínimo relampejar de novos fatos o tornava ainda mais forte, vivo, quase dominante. Ela realizava que teria de ser vilã também. Ela teria de ser a odiada, a errada, para que ele pudesse provar do veneno, para que ele tivesse de perdoar. Pelo menos uma vez eles trocariam de papel nesse romance meio perdido que ainda encenavam.