segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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Foi então que uma pergunta se formou - envergonhada no começo, mas capiciosa, como quase todos seus delírios. "É real?" Era verdade aquilo que vivia? Era verdade aquilo que sentia? Eram reais as leituras de olhos, e, dedos, e, bocas? Cutucou-se uma vez, mas, de nada adiantou. Fez então força para chorar, não aguentava mais todo esse soco no peito. Mas, a lágrima não caiu, e, a aflição fez que aumentou. Em sua cabeça um milhão de falas cortadas, um milhão de sonhos roubados, um milhão de vezes você. E, você estava bem ali. Foi ai que pode respirar. E, enfim piscou os olhos. Sentiu a mão amaciar seus cabelos, entrelaçar seus dedos, prender sua alma. E, como se já soubesse, demorou um pouco mais para abrir os olhos. Ouvia músicas em repetições intermináveis, via os anos correrem, via você. E, quando abria os olhos já não via mais...

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