sexta-feira, 23 de abril de 2010

é só o começo....



Decidir falar deste amor era abrir um livro velho. O cheiro úmido me tonteava, me impedia de respirar; as páginas amassadas e amareladas confundiam toda a história escrita; e o meu coração se apertava a cada palavra lida. Mas, era necessário.
(...) Vorazes, esses momentos, agora revividos me sucumbiam estranhamente a um princípio de existência. Uma força submersa em mim, e, até agora desconhecida, que me fazia querer destrinchar ainda mais aquelas lembranças. Eu ia ver cada minúcia, não importavam as chagas ou o peso: eu carregaria, eu suportaria - Era necessário. Era preciso que houvesse um encontro entre o dito, o vivido e o sentido – e teria de ser agora. Não podia continuar com aquela sub-existência. Não ela, Clarice.

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