quinta-feira, 1 de abril de 2010

Preciosas, semi-preciosas e únicas.



Como um lapidário, a lição mais difícil que Yamê apredera era a de distinguir pedras com valor e sem. Algumas pedras mostravam seu brilho de longe, e, sem precisar de nenhum toque, como se já fossem pré-fabricadas por sei-lá-quem - Deus talvez -, elas já estavam prontas para serem vendidas, usadas, amadas. Outras, mutáveis ao mínimo trabalho, desabrochavam, ganhavam forma. Algumas que eram mais resistentes demandavam carinho, atenção, dedicação e minúcia - mas, no final muitas vezes ficavam as mais deslumbrantes de todo o mercado. Por fim, e agora com o seu coração lapidado, tivera que se acostumar que um número significativo de pedras, porém, não aceitava o toque, não queria ser 'fabricado', e, nunca teria o valor que ela buscava. Não importa o que fizesse, os produtos que usasse, ou, o quão boa ela se considerava, seriam sempre pedras selvagens, brutas: era melhor esquecê-las ou ver a singularidade que nelas existia como um novo tipo de beleza.

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